segunda-feira, 18 de abril de 2011

Window Song


Talvez a fiel recordação que guardo do meu primeiro voo seja apenas uma fantasia que aconchego junto à memória como quem cuida um tesouro. Essa minha primeira vez encheu-me de uma realidade que continuo a procurar, uma e outra vez, sempre que me sento num avião. Um fascínio de contos de fadas que me entra olhos adentro e só me liberta longo já vai o voo. Uma nuvem que é algodão de romaria, uma manta de retalhos verdes que cobre uma estrada, um carro que é uma formiga, um mar que é um espelho, uma mão que me segura. Nunca imaginei ter um irmão piloto. Nunca quis saber como voam as potentes máquinas. Não me interessa o que as move, como levantam, como aterram, se tem hélicesou  motores, se são seguros ou como reagir a emergências. Meu Deus! Estou certa de que morrerei sem perceber nada disso, por mais que teime em explicar-me. Como somos diferentes! E não lhe cobiço a ciência. Não lhe cobiço que vá e que volte. Não lhe cobiço que mande, desmande e comande. Só lhe cobiço a janela. Como eu gosto de desafiar o sentido da Terra, de estar mais perto do Astro-Rei e de me aventurar numa tempestade. Cobiço-lhe que todos os dias possa ver a vida de outra maneira e que continue a brincar aos contos de Guliver como se fosse sempre criança.


RISOTTO DE ESPARGOS VERDES
Tempo de preparação: 25 minutos;
Serve: 4 pessoas;

  • 300 gr arroz para risotto;
  • 4 molhos de espargos verdes;
  • 1 litro de caldo de legumes;
  • 30 ml de espumante;
  • 2 chalotas;
  • 1 dente de alho;
  • 50 gr manteiga;
  • 3 colheres de sopa de queijo parmesão + extra para servir;
  • azeite, sal, pimenta preta;
Modo de preparação:
  1. Descasque os espargos e escalde-os em água a ferver durante 3 minutos. Refresque-os em água fria e gelo. Corte metade em rodelas e reserve as pontas. A restante metade triture até obter um puré.
  2. Pique finamente o alho e as chalotas e refogue em azeite, adicione o arroz e, quando estiverem  translúcidos, adicione o espumante. 
  3. Entretanto, aqueça o caldo de legumes, e vá adicionando aos poucos o caldo ao arroz até que esteja al dente. Por fim junte a manteiga, o queijo e os espargos. Rectifique os temperos.
  4. Sirva com as pontas de espargos a decorar e com mais queijo parmesão se gostar. 

10 comentários:

  1. Filipa,
    Que regresso delicioso.
    É tão bom viajar. Tenho um fascinio por locais de idas e voltas de viagens. Aeroportos, gares de comboio, estações de serviço. O frenesim de uns e de outros e e em mim a sensação de liberdade de quem vai ao encontro de um mundo desconhcido e mágico, mesmo que seja uma segunda visita. Ou uma milésima visita. E gosto muito de regressar a casa. Espalhar as memórias e os objectos-recordação. E acalmar-me com um prato reconfortante da minha comida.
    Beijinhos

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  2. Olá Filipa
    Um bom regresso a julgar pela receita.
    Gosto mesmo muito de viajar como a maioria dos seres humanos, mas continuo à espera do teletransporte ;)
    Um beijo

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  3. Adorei a sugestão, mas leva bastantes esparragos (4 molhos). Por norma cada molho contém entre 8 a 10 esparragos.
    Feliz semana Santa ♥

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  4. Filipa, um regresso com um prato que gosto muito, risoto.

    Bjs

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  5. Que bom que estás de volta! Senti a tua falta. :)
    Beijinhos

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  6. filipa um excelente regresso de ferias:-)
    esta um rissotto muito bom
    beijinhos

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  7. hmmm é oficial, estou com água na boca! adorei tudo :) beijo meu

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  8. Que post tão lindo!....
    Tb partilho essa inaptidão para sequer querer tentar perceber essa ciência, mas ao mesmo tempo, o mesmo fascínio pelos aviões e pelo que significam. Para mim, ir. E depois ao fim de algum tempo, a vontade de regressar. Fascinante!
    babette

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  9. Só tenho uma pergunta: o teu irmão é solteiro? :)
    A minha primeira memória é a de estar ao lado de uma colega, numa viagem de estudo, o avião passou por um poço de ar, ela amarra a minha mãe e começa aos berros "ai minha mãe, minha mãe!", e eu, envergonhadíssima, só me ria!
    Não servem arroz como este nos aviões, pois não? Se calhar só em 1ª^classe, né? ;)

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  10. Ó Filipa, cá para nós que ninguém nos "ouve", também nunca imaginei que o teu irmão fosse dar em piloto, mas pensando bem, e bem vistas as coisas, acho que não poderia ter sido outra coisa! :) beijinhos para os dois!

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