A única vez que tentei fazer rabanadas iguais às da minha Mãe foi um desastre completo. Um episódio que bem podia ter acabado com as minhas incursões na doçaria natalícia, não fosse e sagacidade da minha progenitora que, conhecendo-me como as linhas que lhe desenham o rosto, soube dosear com delicadeza as suas apreciações, deixando o meu entusiasmo sobreviver à malfadada experiência. Sou uma pessoa de entusiasmo(s). Gosto de viver assim: com energia, com impulso, como uma força avassaladora e optimista. Mas, o meu entusiasmo é um recurso instável. Não se basta a si mesmo, não derruba tudo e todos, não caminha sozinho. O meu entusiasmo gosta que o cultivem, que o acarinhem, que acreditem nele. Se não o acolhem, foge e desvanece-se. É caprichoso e envergonhado. Sem ele sinto-me preguiçosa, parada, apática. Sempre fui assim. Desde miúda. Gosto de me sentir animada pela força do entusiasmo e de pensar que não há obstáculos, ou que os que aparecem são para contornar. Talvez seja por isso que gosto tanto de cozinhar. Tudo pode ser renovado e reinventado. A cada nova receita ele aparece. O entusiasmo é o que não pode faltar neste Natal! E as Rabanadas, as da minha Mãe e as minhas, também não!
RABANADAS RECHEADAS
(ligeiramente adaptadas da receita do Chef Camilo Jaña)
Tempo de preparação: 25 minutos
Serve: 8-10 pessoas;
- 12 fatias de cacete de véspera;
- 3 ovos batidos;
- 250 ml de leite;
- 1 vagem de baunilha;
- 100 gr + 75 gr + 3 colheres de sopa de açúcar;
- farinha q.b.;
- óleo para fritar;
- 4 maçãs descascadas;
- 3 colheres de sopa de manteiga;
- 200 gr de queijo mascarpone;
- 1 colher de sopa de canela em pó;
- 100 ml de água;
- 100 ml vinho do Porto;
- 1 colher de sopa de mel;
- casca de um limão;
- açúcar e canela em pó para polvilhar;
Modo de preparação:
- Corte a vagem de baunilha ao meio e junte-a ao leite e a 100 gr de açucar e leve ao lume até levantar fervura. Entretanto disponha as fatias de pão num tabuleiro e regue com o leite fervido. Retire as fatias de pão empapado e pressione para retirar o excesso de leite. Passe por farinha, ovo e frite em óleo quente. Disponha sobre papel absorvente e reserve.
- Corte as maças em lâminas. Coloque 100 gr de açúcar e 1 colher de sopa de canela numa frigideira anti-aderente e leve a lume médio-forte. Assim que o açúcar começar a caramelizar, junte a manteiga e as maçãs e reduza para lume brando. Deixe caramelizar. Retire do lume e incorpore o queijo mascarpone. Reserve.
- Finalmente, prepare um calda, juntando a água, o vinho do Porto, o açúcar restante, o mel e a casca de limão. Leve ao lume a ferver e reserve.
- Para servir forme camadas de rabanada e recheio, regue com a calda quente e polvilhe com açúcar e canela, e deixe-se entusiasmar ou conserve o seu entusiasmo, pelo Natal ou por outra coisa qualquer!!
Filipa,
ResponderEliminarCom grande entusiasmo daria uma trinca nesta rabanada deliciosa! Nunca tinha ouvido falar de rabanadas recheadas, mas este doce de maca com mascarpone deve combinar divinamente!
beijinhos
Sofia
Mas olha que essas rabanadas sairam muito bem.Eu não aprecio.
ResponderEliminarBjs
Eu sou franca: tivesse a mesa de Natal apenas rabanadas e eu seria uma comensal feliz!
ResponderEliminarMas não abdico das tradicionais cá de casa, simples e sem calda. Dia 25 de manhã, contra tudo o que são os meus hábitos alimentares, o pequeno almoço perfeito é rabanadas bem húmidas com coca cola. :)
Beijinhos
Eu adoro rabanadas mas nunca tive coragem de as fazer, não sei porquê! Só como as que a minha mãe faz quando estão ainda quentinhas. Adorei esta tua receita com recheio, é sempre divertido dar uma volta às receitas tradicionais!
ResponderEliminarhehe dias nao sao dias e estas rabandas iam saber mnuito bem na noite de natal sem duvida e nao so
ResponderEliminarbeijinhos
Que post tão bem escrito e que boas rabanadas!!! Já provei recheadas com compota em casa de uma amiga minha, mas das tuas nunca vi nem, infelizmente, comi!!!
ResponderEliminarBjsss,
Madalena
Querida Filipa,
ResponderEliminarjá há um novo post no meu blog, em resposta ao teu pedido.
Beijinhos
Olá Filipa,
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu blog. Quanto ao teu post, bem que me identifico com as tuas palavras em relação aos entusiasmos, sobretudo quando dizes que ele precisa de ser cultivado- eu tb sinto assim, pois quando não nos sentimos confiantes e acarinhados naquilo que fazemos, este pode perder a sua razão de ser e aí não faz sentido o que fazemos.
Quanto às rabanadas, estão lindas, hei-de experimentar fazê-las com as maçãs! Beijinho e boas festas! :-)
:) Adorei o texto.. é que é mesmo isso: entusiasmo a cima de tudo, também não vivo sem ele.
ResponderEliminarBoas Festas e votos de um 2011 cheio de doces receitas
Nunca comi rabanadas e essas recheadas são incríveis!
ResponderEliminarUm abençoado Natal cheio de muita amor e paz pra você e para a tua familia.
Léia
Filipa, Muito obrigada pela mensagem de parabéns que deixas-te lá no blog ;)
ResponderEliminarAdoro rabanadas mas no Algarve (onde vivi até aos 18 anos) não se fazem no Natal, a minha bi-avó (a melhor avó do mundo :)) fazia normalmente ao Domingo de manhã quando não havia pão fresco.
Beijinhos e Bom Natal,
Carlota
Eu nunca comi assim com recheios, só simples, envoltas em açúcar e canela, ou então mel...
ResponderEliminarDevem ser uma delícia!
Feliz Natal!
Minha querida
ResponderEliminarVindo deixar meu abraço com votos de Feliz Natal, e um 2011 cheio de entusiasmo pra você, sempre!
Com meu carinho,
Renata
Apesar de não dispensar as rabanadas lá de casa, não posso negar que fiquei mortinha de curiosidade por deitar o dente a uma destas.
ResponderEliminarAproveito para te desejar umas Boas Festas, na companhia de todos os que te são queridos!
Quem sabe se o ano de 2011 não nos reserva uma ida às compras e um belo lanche?...
Babette
Meu Deus! Se é que eu achava que não havia nada melhor que rabanadas, tu surges com rabanadas recheadas! :D
ResponderEliminarDeliciosas! A foto está linda, com o recheio suculento... Huuum!
Beijinho*