sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Mal por mal


Não sei se possuo alguma das sete virtudes. Mas, sei de ciência certa, que paciente não sou. Pelos menos, por enquanto. Não queria que fosse assim, mas é.  Tenho-me questionado muitas vezes sobre o motivo para a minha impaciência. Nunca chego a conclusão nenhuma. Ou porque não tenho paciência suficiente para reflectir sobre este assunto, ou porque prefiro acreditar que faz parte da única herança que já recebi: a genética. Seja como for, admitir assim, sem mais, que não tenho a capacidade de persistir numa actividade difícil, manter a calma, acreditar que vou conseguir e libertar a ansiedade das minha acções, acreditem, é difícil. Podia ficar muito caladinha, no meu cantinho, a cultivar uma impaciência secreta, num ridículo estado de negação. Avestruz de avental com a cabeça enfiada nos tachos. Mas não. Não consigo. A minha impaciência exige acção convencida que faz coisas que só a paciência consegue!   


COMPOTA DE TANGERINA
Adaptada do Livro "Doze meses na Cozinha"
Tempo de preparação: 20 minutos + 8 horas + 3 horas;
Serve: 1,5 litros, mais ou menos.

  • 1,5 kg de tangerinas, biológicas de preferência;
  • 2,5 l de água;
  • 250 ml de licor de tangerina;
  • 2 vagens de baunilha;
  • casca de 2 limões;
  • 1,5 kg de açúcar;
Modo de preparação:
  1. Lave e enxugue as tangerinas e corte-as ao meio. Esprema o sumo e reserve as membranas, filamentos e pevides. Numa tigela com 250 ml de água coloque as pevides, as membranas e os filamentos das tangerinas.
  2. Corte as cascas das tangerinas e dos limões em tiras. Coloque as cascas, o sumo a restante água e o licor numa panela e deixe ficar assim durante 8 horas.
  3. Até as pevides, as membranas e os filamentos num pano (a isto chama-se "boneca") e junte aos ingredientes da panela e leve ao lume. Deixe ferver lentamente durante uma hora e meia, ou até reduzir o liquido para metade.
  4. Finalmente, junte as vagens de baunilha cortadas ao meio e o açúcar e retire a "boneca" e deixe ferver até atingir o ponto desejado.


Nota: revesti as tampas dos frascos onde guardei a compota com papel que comprei aqui e seguindo uma ideia que vi aqui. As etiquetas são, mais uma vez, da autoria da Raad Design. Obrigada, Ana!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

No Line on the Horizon


Não é novidade que a teoria da separação dos poderes está a cair por terra, pelo menos em Portugal. Acho que até o próprio Montesquieu concordaria sem dificuldade com esta afirmação. E é fácil perceber porquê.  Basta olhar de relance para os títulos da imprensa que se atropelam amontoados na banca dos jornais. Com esta é que o Ilustre francês não contava. Nem ele, nem eu. O poder da comunicação social. Já ninguém quer ler ou ouvir, falar ou escrever sobre eleições, Presidente ou candidatos, subvenções ou campanhas. O tema hoje é outro. É aquele que a comunicação social quis que fosse. Despertou o País com um malabarismo mediático e deu voz a quem há muito já devia ter calado. Que os portugueses não confiavam nos Tribunais, na Justiça, nos Juízes, nos Magistrados do Ministério Público e nos Advogados, eu até já sabia. Mas que os portugueses em vez do sistema judicial, do Direito e do Processo, preferiam a comunicação social como instrumento de Justiça num Estado de Direito, com essa é que eu não contava. Nem eu, nem Montesquieu, que se visse o circo montado por este novo poder ficava, certamente, com cara de batata!


GNOCCHI DE ABÓBORA COM MOLHO DE TOMATE
Tempo de preparação:
Serve: 4 a 6 pessoas;

  • 700 gr de abóbora;
  • 600 gr de batata;
  • 400 gr de farinha + alguma extra se for necessário;
  • 2 gemas;
  • 2 colheres de sopa de manteiga;
  • uma mão cheia de salsa;
  • uma mão cheia de orégãos e tomilho;
  • 800 gr de tomate em pedaços;
  • 150 ml vinho tinto;
  • 1 cebola;
  • 2 colheres de sopa de azeite;
  • 1+2 dentes de alho;
  • sal e pimenta preta q.b.;
  • queijo parmesão q.b.;
Modo de preparação:
  1. Descasque a abóbora e as batatas e parta em cubos. Pique finamente um dente de alho. Leve a manteiga ao ao lume médio numa panela de fundo espesso, adicione o alho, a abóbora e a batata e deixe cozer. (não é necessário acrescentar água pois a abóbora liberta água suficiente para a batata cozer). Quando os legumes estiverem cozidos e a água evaporar, junte uma colher de sopa de salsa picada finamente e uma colher de sopa de orégãos e tomilho. Retire do lume.
  2. Junte as gemas e envolva e por fim junte a farinha. Vá envolvendo até obter uma massa leve. Se estiver pegajoso ( o que depende da água que os legumes libertam e do tamanho dos ovos, acho eu) junte um pouco mais de farinha até obter a consistência desejada.
  3. Enrole a massa em tiras compridas e corte os gnocchi em tiras, fazendo incisões com um garfo.
  4. Entretanto, leve uma panela ao lume com azeite, a cebola  e os restantes dentes de alho finamente picados. Assim que começar a cheirar bem, junte o tomate em pedaços e o vinho tinto. Tempere com sal e pimenta e deixe apurar.
  5. Finalmente, coza os gnocchi numa panela com água e sal a ferver, durante cerca de 2 a 3 minutos.
  6. Sirva com o molho de tomate, polvilhe com salsa e queijo parmesão e divirta-se, porque o circo está montado!

Nota: Este prato também funciona bem com algumas substituições: em vez da salsa também pode usar folhas de manjericão, se gostar; pode substituir o molho de tomate por um molho básico de natas e queijo, mais calórico, mas delicioso!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Na estrada

Já perdi a conta às vezes que percorri sozinha aquela estradinha minhota. Centenas, estou certa. Mas, a soma da distância do caminho não ultrapassa nem a beleza, nem a autenticidade do percurso. Uma beleza arrependida que um dia decidiu trocar as fachadas que eram ao gosto dos seus, pelas que são ao gosto dos outros. Uma beleza envergonhada que, no Inverno, se esconde tímida detrás  dos galhos robustos das árvores, e na Primavera se exibe enfeitada de mil cores. Naquela estradinha, já perdi a conta às vezes que vi cortarem os ramos e podarem as árvores. Perdi a conta às vezes que vi ceifarem o milho, adubarem o campo e semearem a terra. Uma estradinha minhota feita de fortes contrastes que me vai guiando o caminho e que sorri à minha passagem. E, enquanto eu sigo a minha vida, é ela, aquela estradinha verde, que vem na minha direcção e pinta os meus dias com as cores da estação. Este mês salpicou-se de laranja vivo e lembrou-me que é tempo de tangerinas....que serviram de mote a esta salada especial!

SALADA DE PRESUNTO, QUEIJO E TANGERINA
(Adaptada do Livro Cozinhando de Jamie Oliver)
Tempo de preparação: 5 minutos;
Serve: 4 pessoas;

  • 4 tangerinas + sumo de 1 tangerina, biológicas de preferência;
  • 4 fatias de presunto;
  • 2 bolas de queijo mozzarella de bufala;
  • 100gr de mistura de rúcula e espinafres vermelhos;
  • 5 colheres de sopa de azeite,
  • 2 colheres de sopa de vinagre balsâmico;
  • sal e pimenta preta q.b.;
  • queijo parmesão q.b.;
Modo de preparação:
  1. Comece por preparar o molho, juntando o azeite com o vinagre, o sumo de uma tangerina e o sal e batendo com uma vara de arames. Reserve.
  2. Lave  e escorra os vegetais e disponha-os numa tigela. Reserve.
  3. Descasque e corte em lâminas finas as tangerinas, retirando as pevides. Reserve. Disponha meia bola de queijo pelos pratos em que vai servir a salada (4 pratos) e tempere com sal e pimenta preta. Entretanto, tempere com cuidado as folhas com o molho (pode não ser necessário usar o molho todo). Disponha uma fatia de presunto, algumas folhas e lâminas de tangerina por cima do queijo.
  4. Polvilhe com o queijo parmesão e sirva imediatamente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Que Faz Falta

Longe de mim querer apelar ao intimo revolucionário que ainda possa resistir a este tempo nefasto de crise. Longe de mim, que  já nasci depois da dita revolução, querer por em causa o que quer que seja deste sistema pelo qual nem sequer lutei. Mas, que diabo? O que faz falta? O País parece estar a fazer a sesta enquanto  uma campanha presidencial, morna e desinteressante, decorre. Dorme a sono solto e não há quem o acorde. Os salários foram cortados e as pensões congeladas. Os impostos subiram em silêncio e  arrastaram pela calada a gasolina, os transportes, a água, a luz e as taxas moderadoras. As portagens virtuais se fazem cobrar como se fossem um peditório de Igreja, em que quem não paga, peca. O abono de família foi cortado. O pão subiu e o vinho também. E o País cochila alegre ao som de discursos bacocos a que ninguém parece querer dar cavaco. O que faz falta? O que faz falta é acordar a malta !....Nem que seja só para comer um pedaço de tarte de chocolate com pêra e avelãs! 



TARTE DE CHOCOLATE, PÊRA E AVELÃS
(Adaptado do Livro "Iguarias Saudáveis" de Isidora Popovic)
Tempo de preparação: 1 hora;
Serve: 10 a 12 fatias;

  • 90 gr + 90 açucar mascavado claro;
  • 275 gr + 90 gr farinha;
  • 125 gr + 45 gr manteiga;
  • 10 gr cacau em pó;
  • 15 gr chocolate em pó;
  • 1 + 1 ovo;
  • 1 1/2 colher de chá de fermento em pó;
  • 2 pêras grandes;
  • 90 gr de chocolate preto com avelãs;
  • 90 gr de chocolate de leite;
  • 180 ml de natas;
  • 30 gr de avelãs sem pele;
  • 2 colheres de sopa de mel;
Modo de preparação:
  1. Forre uma forma de tarte com papel vegetal.
  2. Comece por preparar a base da tarte juntando 275 gr de farinha, 90 gr de açúcar, 125 gr de manteiga, o cacau e o chocolate em pó num robot de cozinha. Misture tudo até formar migalhas. Adicione o ovo e bata novamente até a massa despegar das paredes da máquina. Retire e estenda a massa numa superfície ligeiramente enfarinhada. Forre a forma preparada com a massa e corte para retirar o excesso. Guarde no frigorífico até necessitar.
  3. Aqueça o forno a 190ºC. Bata o restante açúcar com a manteiga até obter uma massa homogénea. Adicione o ovo e o fermento  com uma batedor de varas, e por fim incorpore  a farinha, delicadamente, com a mão.
  4. Aqueça as natas em lume brando até levantar fervura. Junte o chocolate e bata até obter um creme macio. Envolva este preparado com a mistura anterior. Deite sobre a base da tarte.
  5. Descasque e corte as pêras em lâminas. Disponha as fatias de pêra por cima da massa de chocolate. Parta grosseiramente as avelãs e espalhe por cima da tarte. Leve ao forno por cerca de 35 minutos, ou até a tarte estar cozida.
  6. Quando estiver pronta retire do forno e pincele as fatias de pêra com mel e deixe assentar um pouco antes de servir....e acorde a malta!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Just Breathe


Foi quando te vi junto à porta, com a tua sacola cor-de-rosa ao ombro, que finalmente percebi como tudo tinha começado. Parece que queres seguir-me o rasto nesse trilho que a vontade de ir não deixou o tempo apagar. E tens razão, a sério que sim, que eu também fui onde a vontade me levou. Fiz a minha sacola e fui. Saí porta fora e fui para a casa das Avós e das Tias. Trepei muros e abri portões  e fui para a casa das Vizinhas e das Amigas. E, quando esses Mundos já não me calavam a vontade, saltei fronteiras e atravessei oceanos e fui Mundo fora. E fui trazendo outros Mundos comigo. Por isso sei que tens razão em querer ir, mas eu, eu queria poder dar-te este Mundo e o outro, aqui, pertinho, pois tenho razão para não querer que tu vás.


MASSA COM AMEIJÔAS
(Adaptado do Livro "Jamie Oliver Regressa à Cozinha" de Jamie Oliver)
Tempo de preparação: 15 minutos, mais ou menos;
Serve: 4 pessoas;

  • 450 gr massa tipo spaghetti, linguini, bavette;
  • 700 gr ameijôas limpas;
  • 2 malaguetas frescas;
  • 120 ml de vinho branco;
  • 2 dentes de alho;
  • 3 colheres de sopa de azeite;
  • 3 colheres de sopa de manteiga;
  • uma mão cheia de salsa;
  • sal e pimenta preta moída na hora;
Modo de preparação:
  1. Coza a massa de acordo com as instruções da embalagem até ficar al dente.
  2. Entretanto, pique finamente os dentes de alho, as malaguetas frescas (retire as sementes) e a salsa. Leve uma frigideira grande a lume alto com o azeite e a manteiga. Adicione o alho e a malagueta e deixe alourar um pouco, até os aromas se misturarem. Junte as ameijôas e o vinho branco e tape. Deixe cozer durante 5 minutos, ou até as ameijôas abrirem. Deite fora as que não abrirem.
  3. Baixe o lume, junte a massa e a salsa e deixe cozinhar cerca de 1 minuto. Sirva imediatamente e respire fundo....enquanto vê os seus filhos crescer.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Riders on the storm

Estive aqui sentada mais de uma hora. A intermitência cínica do tracinho negro gritava-me do outro lado da tela branca, a provocar o meu orgulho ferido. Hoje, não sei sobre o que escrever. Num gesto mudo levantei-me e vim espreitar  à janela, distrair a minha estupidez. Continua a chover. Mais um dia de Inverno pontuado por pingos finos de chuva triste - chuva que não cala nem ouve. Um dia feio, de chuva vulgar e desinteressante, que não serve de cenário a filme, nem de tema a livro. Pinga. Pinga chuva fina que desbota a realidade de quem olha e molha a vida de quem passa. Uma espécie de parente distante e chato que chegou sem avisar. Na mala trouxe  uma muda de roupa, instalou-se e quer ficar. E aqui estou. Pateta, imóvel, a olhar para esta chuvinha fina e à espera que o Inverno passe.

GRELOS COM AMÊNDOAS
Tempo de preparação: 15 minutos;
Serve: 4 pessoas;

  • um molho de grelos;
  • uma mão cheia de amêndoas lâminadas;
  • azeite q.b;
  • sal e pimenta moída;

Modo de preparação:
  1. Arranje e coza os grelos em água com sal. Assim que estiverem cozidos, escorra, esprema e corte os grelos.
  2. Leve uma frigideira ao lume com o azeite e junte as amêndoas. Assim que estas estiverem douradas junte os grelos e salteie. Sirva a acompanhar os seus pratos de Inverno preferidos, em dias de chuva....ou de sol! 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cosmic Girl

Este fim-de-semana senti que era de outra galáxia. Não daquelas galáxias avançadas cheias de luzinhas, em que seres gigantes falam educadamente e por telepatia. Não daquelas galáxias imaginárias em que tudo avança à velocidade da luz. Não, não. Nada disso. Senti-me noutra galáxia, mas das reais; daquelas em que seres humanos deixam a educação nos provadores; daquelas galáxias reais em que tudo avança à velocidade de caracol; daquelas galáxias em que os saldos são doença e comprar é  cura. Uma galáxia em que já ninguém fala de crise, fala de estilo. Não me interpretem mal. Eu não tenho nada contra o consumo. Honestamente, eu adoro compras. Mas, não é pelo facto de gostarmos de fazer compras que temos que comprar tudo o que está à nossa frente como se não houvesse amanhã, ou é? Sinceramente, eu gosto de saldos. Gosto de ver os preços em maiúsculas. Gosto de ver os artigos ordenados por peças. Gosto da  sensação arquitectada de bom negócio. Gosto disso tudo. Fossem os saldos só isso, Meus Deus! Mas não são. São filas intermináveis, são histeria colectiva, são consumismo desmedido. Talvez sofra do síndrome da princesa-e-a-ervilha e haja nos saldos algo que me deixa desconfortável, mesmo sem eu saber bem o quê!


CREME DE ERVILHAS E QUEIJO CREME
(Inspirado no Livro Doze Meses na Cozinha)
Tempo de preparação: 20 minutos;
Serve: 4 pessoas;

  • 500 gr ervilhas congeladas;
  • 1 cebola média;
  • 1 alho-francês;
  • 1 fatia de presunto;
  • 3 colheres de sopa de queijo creme (tipo Philadelphia)
  • 1 colher de sopa de farinha;
  • 2 colheres de sopa de azeite;
  • 30 gr manteiga;
  • 750 ml de caldo de galinha;
  • sal e pimenta preta q.b.;
Modo de preparação:

  1. Leve uma panela ao lume com o azeite e a manteiga e deixe derreter. Entretanto, parta a cebola e o alho-francês em rodelas e coloque na panela. Junte a fatia de presunto. Assim que os legumes estiverem amolecidos adicione as ervilhas. Deixe apurar um pouco. Polvilhe com a farinha e regue com o caldo. Deixe ferver.
  2. Retire a fatia de presunto e transfira para um robot de cozinha. Acrescente o queijo e bata até obter um puré cremoso. (se usar a varinha mágica, passe o creme por um coador fino depois de bater para retirar as peles das ervilhas). Rectifique os temperos e sirva.
Nota: Eu gosto deste creme como prato principal acompanhado com tostas de pão rústico barradas com queijo e salada de tomate cereja temperado com pimenta, azeite e salsa.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Let´s get physical

Nunca fui pessoa de grandes estratégias. Nunca fiz nada pensando em ser bem ou mal sucedida. Talvez seja fruto dos doutos ensinamentos familiares. Quando era miúda, numa altura em que as línguas ainda eram propriedade privada de outros seres, o meu Pai repetia-me muitas vezes uma frase que se podia ler num quadrito cor-de-rosa pálido, de moldura frágil, que alguém pendurara perto da cabeceira da minha cama: "ce qui est à faire est d'être bien fait". Talvez esta seja a única máxima francesa que ainda resiste à da minha reconhecida formatação inglesa. Longe de ser uma pessoa perfeccionista, o certo é que procuro concentrar-me apenas na qualidade do meu desempenho e não no meu sucesso. Ainda que esta pareça uma daquelas máximas edificantes que servem para consolar os perdedores, e para enxugar as lágrimas dos vencidos, a verdade é que quando observo aqueles que orientam os seus comportamentos para o sucesso, constato que raramente se satisfazem com o seu resultado. Seja porque seguem os gostos dos entendidos e dos bem-informados, em vez de se ouvirem a si próprios; seja porque procuram copiar opiniões e ideais das multidões, em vez de reflectirem sobre os temas; seja lá porque razão for, a verdade é que não se concentram naquilo que fazem mas tão só no resultado que perpectivam obter. Ao fazerem isso perdem o seu modelo, o seu ideal e descuram a sua real satisfação. Este novo ano decidi retomar as minhas idas ao ginásio. Não gizei estratégias, não defini planos, não tracei objectivos. Não apontei medidas e nem sequer somei os quilos da balança. Decidi apenas que iria. Porque sim. Porque gosto. Porque me faz sentir bem. E para isso preciso de pequenos-almoços saudáveis e energéticos como este!

BATIDO DE BANANA
(Adaptado do Livro "Dias com Mafalda" de Mafalda Pinto Leite)
Tempo de preparação: 5 minutos;
Serve: 2 pessoas

  • 2 bananas maduras;
  • 1 colher de chá de cardamomo moído;
  • 1 colher de sopa de flocos de aveia;
  • 125 gr de iogurte magro de pedaços cereais (ou natural);
  • 175 ml de leite;
  • 1 copo cheio de morangos congelados;
Modo de preparação:
  1. Misture tudo num robot de cozinha. Sirva e deixe as estratégias de lado....siga o seu coração!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Riding with the King


Não sei bem em que altura é que deixamos de festejar os Reis(Magos).  Deixamos enquanto País, quero eu dizer, pois cá por casa a identidade nacional cede à pressão dos laços que a esmagam com um sorriso que "me encanta". Um sorriso genuíno e pujante que me enche a alma com uma sonoridade própria e que cativa no primeiro contacto com a saudação descontraída de quem não entra em competições: "Hola Guapa"! Não sei se é por partilhar com ela "un montón" de outras coisas ou tão só porque ela me dá uma visão mais animada do mundo, a verdade é que Espanha "me gusta" e celebrar "los Reyes" também. Não sei bem quando é que essa deixou de ser uma celebração própria para passar a ser uma celebração importada, mas  "no pasa nada" porque eu continuo a fazer Ceia de Reis, mesmo sem "Cabalgata"sem "regalos", com a ideia fixa de uma noite de "Fiesta".

BACALHAU COM BRÔA
Tempo de preparação: 20 minutos
Serve: 4 pessoas

  • 4 lombos de bacalhau;
  • 2 dentes de alho;
  • 4 gemas;
  • 1 ovo batido;
  • farinha q.b.;
  • azeite q.b.;
  • 1/2 chouriço de carne, de boa qualidade;
  • 600 gr de brôa;
  • 60 ml de azeite;
  • um molho de grelos;
  • sal, pimenta preta moída q.b.;
Modo de prepração:
  1. Pré aqueça o forno a 200 C.º. Retire o miolo à brôa, esfarele em migalhas e reserve.
  2. Entretanto, com ajuda de uma varinha mágica, triture os dentes de alho com o azeite e reserve.
  3. Corte o chouriço em fatias finas, ou em tiras se gostar mais, coloque-o numa frigideira anti-aderente e leve ao lume alto. Assim que o chouriço libertar a gordura e ficar estaladiço, retire do lume e reserve.
  4. Num tabuleiro de forno, coloque as migalhas de brôa, o chouriço, a gordura e regue com o azeite de alho. Leve ao forno durante 10 minutos ou até as migas ficarem estaladiças.
  5. Entretanto, coza o grelos em água e sal.
  6. Aqueça um tacho fundo com azeite suficiente para mergulhar os lombos de bacalhau.
  7. Passe os lombos de bacalhau por farinha e ovo e mergulhe no azeite a ferver. Deixe apenas 3 a 4 minutos e retire.
  8. Finalmente, escalfe as gemas em água a ferver (a minha gema abriu no momento de tirar a foto, por isso não se vê a gema de ovo inteira...)
  9. Sirva colocando os grelos cozidos, as migas de brôa, o bacalhau e finalmente a gema de ovo. Regue com um fio de azeite e delicie-se com este bacalhau que é nosso na noite de "nuestros hermanos".